Governo tira dúvidas de deputados sobre operações de crédito

As operações de crédito que tramitam na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), tão logo sejam aprovadas, vão ajudar o Piauí a acelerar obras de infraestrutura, aquecer a economia e gerar emprego. São quatro mensagens: uma de R$ 1,2 bilhão que será usada para alongar a dívida. Outra de R$ 1,5 bilhão voltada para obras de infraestrutura; uma terceira de US$ 115 milhões (R$ 400 milhões) junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento, em parceria Fundo Internacional do Desenvolvimento Agrícola, com garantia da União e uma última de R$ 100 milhões para investimentos em segurança. Nesta segunda-feira (23), o secretário de Fazenda, Rafael Fonteles, tirou dúvidas de deputados estaduais sobre as mensagens.

Foto: Thiago Amaral/Alepi

Um dos pontos abordados foi em relação ao Banco Plural, uma das instituições financeiras que acenaram com um prazo maior para o pagamento do empréstimo, proporcionando taxas menores.

“O Banco foi o que ofereceu o melhor prazo, de 30 anos. Na verdade, será a primeira operação com um prazo tão longo quanto esse. E com relação à taxa de juros, há uma regulamentação da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) que garante que a taxa de um refinanciamento só pode ser com condições melhores, ou seja, taxas menores que as taxas atuais. Portanto, é uma operação absolutamente vantajosa para o Estado do Piauí”, explicou Rafael Fonteles.

Segundo essa regulamentação da STN, o teto é 129% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). O valor do CDI está totalmente ligado à taxa SELIC, taxa básica de juros do país. Normalmente, o CDI vale 0,2% a menos que a SELIC, sendo que o Piauí tem operações de crédito de 140% do CDI. Só para exemplicar, por essa regulamentação, as taxas tem que ser menores do que as atuais. 

“Portanto, o que estamos querendo com essa operação de crédito, de R$ 1,2 bilhão, é alongar a dívida e diminuir a taxa de juros, ou seja, é para trocar operações de créditos curtas e caras por operações mais longas e mais baratas. Então, isso gera, obviamente, melhoria do perfil da dívida e ainda melhora também para o Tesouro Estadual”, justifica Fonteles. 

Quanto aos questionamentos de que o banco seria alvo de denúncias ou não teria capital suficiente para fazer um empréstimo volumoso, o secretário esclareceu dizendo que todos os bancos do país já foram alvos de denúncias. Fonteles também enfatizou que o Banco Brasil Plural, apesar de não ser conhecido do grande público, é um dos maiores bancos de investimento do país. Segundo ele, essas instituições financeiras diferem dos bancos de varejo, que possuem agências físicas e por isso são mais conhecidos pelos brasileiros. Ainda de acordo com o gestor, mesmo com prejuízos financeiros, o Banco Brasil Plural tem todas as condições de conceder empréstimo ao Governo do Piauí, pois o dinheiro da operação de crédito virá de investidores estrangeiros, e não do capital do banco.

“Essa questão, entre o que é denúncia e o que é apurado e comprovado é outra questão. O banco é idôneo, tem registro no Banco Central e é um dos maiores bancos de investimentos do país, tem toda uma reputação, inclusive o atual presidente da Caixa Econômica Federal é ex-sócio do Banco Plural. Portanto, não há nenhum problema em relação à instituição bancária, o que importa é que a operação será altamente vantajosa para o Estado do Piauí em termo de taxas e prazos. Todo banco, ao realizar um empréstimo, não usa dinheiro próprio, mas capta recursos de investidores. Assim, é um intermediário entre quem empresta o dinheiro e quem toma o empréstimo”, enfatiza o secretário.

O secretário estadual da Fazenda do Piauí ainda fez questão de destacar que a dívida do Estado tem diminuído ao longo dos últimos cinco anos. Isso aconteceu porque tem conseguido pagar mais dívidas do que contrair novas. 

“Mesmo com as operações do Finisa I e II, Pró-Desenvolvimento e Pró-Investe, a dívida do estado do Piauí caiu. Isso se justifica porque a cada ano pagamos mais dívida do que contraímos novas dívidas, ou seja, o perfil da dívida tem melhorado, além disso, o Piauí é um dos Estados que tem o menor nível de endividamento. Para se ter uma ideia, o Estado de São Paulo, que é o mais rico da federação, tem o endividamento, relação dívida/receita, maior do que 100%, enquanto o do Piauí chega a apenas 50%, ou seja, o Piauí tem capacidade de endividamento e pagamento. E isso quem atesta não é o secretário da Fazenda e sim o próprio Ministério da Economia, quando atribuiu a nota B para o Estado do Piauí”, afirma Fonteles.

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